Nos deux vies: Àlvaro de Campos (« Dactilografia »)

Fernando Pessoa em pintura de Bottelho.

Temos todos duas vidas:
A verdadeira, que é a que sonhamos na infância,
E que continuamos sonhando, adultos num substrato de névoa;
A falsa, que é a que vivemos em convivência com outros,
Que é a prática, a útil,
Aquela em que acabam por nos meter num caixão.

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Nos deux vies: Pessoa (« Tenho tanto sentimento »)

Fernando Pessoa em pintura de Bottelho.

Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.

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